A presença de polinizadores nos ecosistemas e nas áreas restauradas é indispensável para garantir o funcionamento de processos ecológicos fundamentais que garantem a capacidade de autoregeneração dos ecosistemas. Sem polinização não haverá frutos e consequentemente as plantas não poderão se reproduzir. Por esta razão é indispensável providenciar uma oferta contínua de alimento para os polinizadores durante o ano todo.
Árvores grandes de florada abundante representam uma excelente opção para alimentar grandes quantidades de polinizadores e por esta razão não devem faltar em projetos de restauração ecológica.
No Brasil existem muitas espécies arbóreas de floração abundante. Entre elas destacam-se as mirtáceas, os ipês, os mulungus, as quaresmeiras, as paineiras, os jacarandás e as sennas. Muitas delas florescem no inverno, época de escassez natural de flores, alimento e água, sendo portanto de grande importância para polinizadores e fauna.
Além de sua função relacionada a fauna, estas belas árvore também possuem um papel importante como “embaixadoras” dos diversos ecosistemas e o seu plantio direcionado pode ser utilizado para promover a valorização dos ecosistemas, das áreas restauradas e também das plantas nativas em geral.
Queremos apresentar aqui algumas árvores nativas,que são de fácil cultivo e as quais se destacam pela floração abundante de grande beleza.
IPÊ-AMARELO-DA-MATA – HANDROANTHUS CHRYSOTRICHUS
O ipê-amarelo-da-mata é uma belíssima árvore decídua de 4 a 10m de altura, de porte e florada muito ornamentais. A floração ocorre na época quando a árvore perde todas as suas folhas, destacando a florada amarela exuberante. É uma ótima opção para projetos paisagísticos e de restauração, pois além de sua beleza singular, é uma árvore muito resilente e de fácil cultivo, exigindo poucos cuidados.
Suas flores são de grande importância para polinizadores e animais silvestres, já que a floração ocorre no inverno, época de escassez natural de água e alimento. As flores servem de alimento para muitas espécies de aves, primatas e mamíferos. Além disso muitos polinizadores, como abelhas, vespas, mamangavas, beija-flores e diversas espécies de aves se alimentam do seu néctar e pólen.
Além disso deve ser considerado um excelente produtor de biomassa, por ser uma espécie decídua e produzir florada abundante, sendo portanto importante para a regeneração do solo.
Prefere uma posição a pleno sol e solos férteis bem drenados. É uma planta de crescimento rápido. É classificada como espécie secundária tardia.
IPÊ-BRANCO – TABEBUIA ROSEOALBA
O ipê-branco é uma linda árvore de floração branca, O ipê-branco é uma árvore decídua de 7 a 20 m de altura, que floresce no inverno, sendo um grande atrativo para inúmeras espécies de aves, inclusive beija-flores. Adicionalmente, suas flores servem de alimento para várias espécies de primatas. Suas flores são uma valiosa fonte de alimento, oferecendo néctar e pólen no inverno, período natural de escassez de flores. Por esta razão deve ser considerado uma espécie-chave para a alimentação de animais e polinizadores.
É também uma excelente produtora de biomassa, por ser uma espécie decídua e apresentar florada abundante. Portanto deve ser considerada uma espécie de grande importância para a regeneração de solos.
Trata-se de uma espécie de grande valor ornamental, a qual pode ser utilizada como “embaixadora” para os ecosistemas. Portanto é certamente uma excelente opção para bordas de projetos de restauração.
Prefere um posicionamento a pleno sol. Tolera todos os solos, contanto que sejem bem drenados, inclusive os pedregosos. No entanto se desenvolve melhor em solos férteis e úmidos, contendo muita matéria orgânica. É uma planta de crescimento rápido. É classificada como espécie secundária tardia.
PAINEIRA – CEIBA SPECIOSA
A paineira rosa é uma árvore muito ornamental, a qual é muito apreciada pela sua florada rosa. Seu porte arquitetônico e o tronco barrigudo com espinhos lhe conferem um visual único. Produz grandes flores vistosas e grandes frutos verdes na época em que fica praticamente sem folhas. Quando maduros, os frutos liberam paina, criando um visual especatular, pois a árvore fica recoberta de pompons de algodão.
Suas flores são de grande importância para polinizadores como borboletas, beija-flores e morcegos. Aves se nutrem das sementes contidas na paina. Macacos pregos de crista já foram observados se alimentando das suas flores e sementes. Por isto não devem faltar em projetos de restauração ecológica.
A paineira não deve faltar em projetos de restauração ecológica, pois além de oferecer alimento, é também utilizado como poleiro, principalmente na época em que fica sem folhas.
Além disso a paína é utilizada para a construção de ninhos por várias espécies de aves.
Necessita de sol pleno e solos de grande fertilidade. Se desenvolve melhor em solos férteis bem drenados. Trata-se de uma planta de crescimento rápido. É classificada como pioneira ou secundária inicial.
IPÊ-ROSA – HANDROANTHUS IMPETIGINOSUS
O ipê-rosa é uma árvore ornamental de florada rosa exuberante e porte arquitetônico sinuoso. Devido a sua beleza singular é frequentemente utilizada em projetos paisagísticos.
Deve ser considerada uma árvore de grande valor ecológico, pois as suas flores são de grande importância para polinizadores e fauna, fornecendo alimento para abelhas, mamangavas, aves, beija-flores e primatas.
Também contribui de maneira significativa para a regeneração do solo, sendo uma excelente produtora de biomassa. Pois além de ser decídua, também produz uma quantidade enorme de flores, fornecendo desta maneira matéria orgânica que poderá ser decomposta. Isto faz do ipê-rosa uma excelente opções para acelerar processos de regeneração de solo em projetos de restauração ecológica.
Trata-se de uma espécie de grande valor ornamental, a qual pode ser utilizada como “embaixadora” para os ecosistemas.
O ipê-rosa deve ser plantado a sol pleno ou na meia-sombra.
Se desenvolve melhor em solos férteis, úmidos e bem drenados, contendo muita matéria orgânica. É uma planta de crescimento rápido. É classificada como pioneira, secundária inicial, secundária tardia ou avançada.
MULUNGU-DO-LITORAL – ERYTHRINA SPECIOSA
O mulungu-do-litoral ou eritrina-candelabro é uma árvore de grande valor ecológico para polinizadores e animais, pois floresce no inverno, período de escassez de alimento e água. É uma planta muito resistente, o que faz dela uma ótima opção para projetos de restauração e projetos paisagísticos.
Trata-se uma espécie-chave para a alimentação da avifauna e suas flores ofereçem néctar para polinizadores. Polinizadores como insetos, aves e beija-flores se alimentam das suas flores.
Trata-se de uma espécie de grande importância para a regeneração do solo, pois é uma excelente produtora de biomassa, por ser uma espécie decídua e produzir florada abundante. Além disso possui folhas ricas em nutrientes, que criam uma excelente cobertura para enriquecer o solo. É também uma espécie que faz aliança com microorganismos produtores de nitrogênio, contribuindo para a regeneração do solo.
Deve ser cultivada a pleno sol, em solos férteis e úmidos. É uma árvore de crescimento rápido. É classificada como pioneira ou secundária tardia.
GUAPURUVU – SCHIZOLOBIUM PARAHYBA
O guapuruvu é uma linda árvore decídua de grande porte, podendo atingir facilmente uma altura de 30m. O aspecto escultural de sua arquitetura e a beleza de sua florada amarela exuberante, fazem do guapuruvu uma excellente opção para projetos paisagísticos.
Deve ser considerada uma árvore de grande valor ecológico, pois as suas flores são de grande importância para polinizadores. Também contribui de maneira significativa para a regeneração do solo como produtora de biomassa e fixadora de nitrogênio. Pois além de ser decídua, também produz uma quantidade enorme de flores que também acabam caíndo no chão, fornecendo desta maneira matéria orgânica que poderá ser decomposta. Neste contexto destaca-se seu crescimento extremamente rápido, fazendo dela uma das melhores opções para acelerar processos de regeneração de solo em projetos de restauração ecológica.
É uma árvore muito resilente, que tolera diversos tipos de solo, mas que se desenvolve melhor em solos férteis e úmidos. Prefere uma posição a pleno sol. Possui crescimento extremamente rápido. É classificada como pioneira.