BUGIO-MARROM ALOUATTA GUARIBA

Peso4 - 5 kg
Tamanho 45 a 59 cm (corpo) + 48 a 67 cm (cauda) de comprimento
Habitatocorrem na Argentina e Brasil, podendo ser econtrados nos estados de Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo

vivem em florestas tropicais, cerrado e matas ciliares, desde o nível do mar até altidudes de 2.500 metros
Longevidade12 - 20 anos em vida livre
Número de filhotes1 filhote por ano
Alimentosão primariamente folívoros, mas também podem recorrer a outros recursos como frutos, sementes, flores, caules, cascas e liquens
Curiosidadesão importantes dispersores de sementes e frutos grandes, contribuíndo para a auto-regeneração das florestas

 

Os bugios-marrons são primatas arborícolas, que vivem em grupos de 4 a 11 animais. São animais de hábitos diurnos, que se locomovem lentamente pelas floresta na busca por alimento. No entanto costumam passar grande parte do dia, até 80%, repousando em galhos largos de árvores grandes.

Ocorrem no Brasil e na Argentina. No Brasil podem ser encontrados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Ocorrem primariamente na Mata Atlântica em florestas montanas, submontanas e de terras baixas desde o nível do mar até uma altitude de 2.500 metros de altura. São associados às florestas estacionais semidiciduais e florestas ombrófilas

Existem duas sub-espécies: os bugios-marrons-do sul, que vivem na regiões sul e sudeste e os bugios-marrons-do-norte, que podem ser encontrados nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e da Bahia.

Se caracterizam pela coloração marrom-avermelhada do seu pelo espesso, mas a qual pode variar de marrom-escuro até um tom bege-loiro. A face não possui pelos e é de cor marrom-escura. Possuem cauda preênsil, a qual é utilizada para manter o equilíbrio ou quando os bugios-marrons forrageiam, pindurados somente pela cauda. Os bugios-marrons-do-sul apresentam dimorfismo sexual, diferente dos bugios-marrons-do-norte.

Os característico dos bugios-marrons é a vocalização por eles emitida. As vocalizações ocorrem durante o dia todo, sendo mais frequentes no início da manhã, alvorecer e nos encontros com outros grupos.

A atividade predominante durante  o dia é o descanso. O repouso pode ocorrer a qualquer momento, sendo mais frequente entre as 10 e 14 horas. Nesta ocasião os animais costumam deitar em largos galhos horizontais ou bifurcações largas na copas de árvores.

Os bugios-marrons são animais de dieta primariamente folívora (cerca 60%), mas eles se alimentam também de frutos (cerca 25%), flores (cerca 10%), sementes, castanhas, plantas aquáticas e invertebrados. Costumam forragear de cabeça para baixo, se segurando somente com a cauda preênsil nos galhos.

Árvores da família das fabáceas são de grande importância para os bugios-marrons, suas folhas sendo o alimento preferido dos mesmos. As espécies que se destacam neste contexto são o jacarandá-do-campo (Platypodium elegans), o monjoleiro (Senegalia polyphylla), ingá-de-metro (Inga edulis) e o jacarandá-branco (Machaerium stipitatum). Além disso também adoram folhas de embaúbas.

Se alimentam também de flores, principalmente na estação seca, quando estas fornecem , além de alimento, umidade e água. Aqui se destacam as flores da paineira (Ceiba speciosa), o ingá-de-metro (Inga edulis), o ipê-amarelo-do-cerrado (Handroanthus ochraceus), o ipê-branco (Handroanthus roseo-albus), a garapa (Apuleia leiocarpa), jacarandá-do-campo (Platypodium elegans), o monjoleiro (Senegalia polyphylla), o angico-branco-do-morro (Anadenanthera peregrina) e a flor-de-são-joão (Pyrostegia venusta).

Entre os frutos preferidos dos bugios-pretos estão frutos grandes suculentos como guabirobas, uvaias, bacuparis, figos, araticuns, caqui-de-cerrado, ingás , frutos de palmeiras, figueiras, embaúbas, eugenias, copaíbas e ocoteas.


OS FRUTOS PREFERIDOS DOS BUGIOS-MARRONS :  ORA-PRO-NOBIS-TREPADEIRA | EMBAÚBA-MARROM | JERIVÁ | COPAÍBA | UVAIA


Os bugios-marrons costumam beber água de ocos de árvores ou de bromélias, as quais devem ser consideradas de grande importância para a sobrevivência de bugios-marrons.  Raramente descem das árvores para beber de poças de água no solo.

Costumam utilizar árvores altas de no mínimo 15 a 20 metros de altura para passar a noite. Costumam utilizar muitas vezes as árvores onde forrageiam como árvore-dormitório. As espécies utilizadas como árvores-dormitório são garapas (Apuleia leiocarpa), amendoim-bravo (Pterogyne nitens), paineiras (Ceiba speciosa), sete-capote (Campomanesia guazumifolia), ipê-rosa-de-bola (Handroanthus impetiginosus), monjoleiro (Senegalia polyphylla), figueira-branca (Ficus eximia), ingá-de-metro (Inga edulis) e jacarandá-do-campo (Platypodium elegans).

Os bugios são animais de hábitos socias, que passam uma pequena parte do dia interagindo e  brincando.  As fêmeas costumam ter somente um filhote por vez, do qual elas cuidam sozinhas. Os filhotes machos adultos costumam deixar o grupo quando alcancam a maturidade sexual.

Os bugios se locomovem cerca 500 metros todos os dias na busca por alimento. São quadrúpedes que se locomovem se segurando sempre com duas mãos ou uma mão e a cauda nos galhos, diferente de muitos outros primatas que se locomovem via braquiação.

Bugios-marrons possuem funções ecológicas muito importantes para os ecosistemas nos quais vivem. Eles são importantes dispersores de sementes e frutos, contribuíndo desta maneira para a auto-regeneração destes ecosistemas. Além disso eles contribuem de maneira significativa para a saúde das plantas, reduzindo o número de invertebrados que podem danificar e enfraquecer as espécies vegetais, já que os invertebrados fazem parte do seu cardápio preferido.

Além disso, os bugios-marrons são uma espécie animal muito importante para a auto-regeneração das florestas, pois possuem bocas grandes e portanto conseguem engolir sementes e frutos grandes por inteiro. Sem a dispersão de frutos grandes, as florestas tropicais iriam perder os estratos altos, já que existe uma correlação entre o tamanho do fruto e a altura das árvores. A perda dos estratos altos, que fornecem a sombra para as espécies vegetais sensíveis ao sol, iria certamente induzir a perda de uma enorme biodiversidade animal e vegetal, criando florestas que diferem enormemente daquelas que conhecemos hoje em dia. É por esta razão que a presença de animais de grande porte como os bugios.marrons é indispensável para a sobrevivência das florestas tropicais.

O status de conservação dos bugios-marrons é avaliado como “Vulnerável” (VU) pela IUCN (União Internacional para a conservação da natureza). O número de animais existentes para a subespécie bugio-marrom-do-norte  é estimado em somente 250 animais sobreviventes. Causas são a perda e degradação de habitat, a caça, a febre amarela e agressões humanas. O surto de febre amarela de 2008-2009 extingui populações inteiras localmente, não só devido à ação do vírus, mas também devido à violência humana, resultado da crença errônea de que os animais seriam os causadores da doença.

 

 

 

 


 

 

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