JUÇARA – EUTERPE EDULIS (MART.)
| PAISAGISMO |
A juçara é uma linda palmeira de 4 a 20 metros de altura.
O DAP chega a medir 10 a 15 cm.
O estipe delgado e a delicada folhagem lhe conferem um visual elegante e muito ornamental.
É uma ótima opção para projetos paisagísticos, ainda mais por ser uma das poucas palmeiras que toleram o plantio na meia-sombra.
Sendo assim, pode ser plantada nos centros urbanos, onde prédios altos muitas vezes limitam a luminosidade.
Além disso, a juçara é de extrema importância ecológica tanto nas áreas urbanas como também nas florestas e paisagens, pois os seus frutos nutrem inúmeras espécies animais e suas flores oferecem alimento para polinizadores.
Ela é uma ótima opção para quem quiser atrair pássaros para o seu jardim ou espaço verde.
Pode ser utilizada no paisagismo urbano, em projetos de paisagem e planejamento ambiental.
Possui crescimento lento.
| FRUTOS E SEMENTES |
Seus belos frutos roxo escuros se destacam da folhagem verde e conferem a palmeira um belíssimo visual.
Os frutos chegam a medir de 10 a 19 mm e sua polpa é comestível.
O saboroso açaí produzido com a polpa é muito apreciado no Brasil e no exterior.
A palmeira leva de 6 a 10 anos até começar a produzir os frutos.
| COMESTIBILIDADE |
A juçara é principalmente conhecida pelo seu palmito comestível.
Infelizmente a juçara possui crescimento lento e leva muitos anos até o palmito chegar a um tamanho grande o suficiente para a colheita.
Isto faz com que seu cultivo comercial seja pouco atraente a nível financeiro.
O resultado é o seu extrativismo de florestas, com consequências graves para os ecosistemas, pois trata-se de uma espécie-chave para o suprimento da fauna, inclusive por ser uma das poucas espécies que produzem frutos na estação seca.
Entre 1968 e 1970 o Brasil exportou em média 2650 toneladas de palmitos extraídos de floresta por ano. Isto significa que milhões de palmeiras foram extintas, pois as juçaras não rebrotam após o corte.
O resultado é o estado ameçado da espécie com o qual nos vemos confrontados hoje em dia.
A única solução é evitar o consumo do palmito da juçara.
Isto é fácil, já que hoje em dia existem alternativas cultivadas, como o palmito da pupunha (Bactris gaipaes) ou do açaí (Euterpe oleracea).
No entanto deve-se averiguar a origem do produto, pois somente palmitos de cultivo iirão causar menos danos.
| REQUERIMENTOS |
A juçara se desenvolve bem na meia-sombra ou a pleno sol.
Prefere solos férteis e úmidos, contendo muita matéria orgânica.
Mudas jovens não toleram o sol pleno.
Preferem áreas constantemente úmidas e não toleram bem um longo ressecamento do solo.
| MANUTENÇÃO |
É uma planta de fácil cultivo. que requer pouca manutenção.
Basta adubar com material orgânico duas vezes por ano.
Recubra o solo na área correspondente á copa mais um anel de cerca de 50cm de largura.
O material orgânico pode ser terra de compostagem, misturas á base de esterco, húmus de minhoca ou serrapilheira.
| OCORRÊNCIA NATURAL |
A espécie ocorre naturalmente em áreas constantemente úmidas, como morros por onde corre a drenagem de água ou florestas ciliares no fundo de vales e baixadas, sendo tolerante a inundações temporárias
Não tolera solo seco ou solos permanentemente enxarcados.
Ocorre numa altitude desde o nível do mar até a 2000 metros de altura.
Resiste a geadas de até – 3°C.
Possui tolerância moderada a ventos fortes.
| RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA |
A juçara não deve faltar em projetos de restauração ecológica.
Trata-se de uma espécie-chave para o suprimento da fauna.
Seus frutos servem de alimento para muitas espécies animais e suas flores oferecem néctar para polinizadores.
Floresce e frutifica na estação seca, época de escassez natural de água e alimentos.
Nessa época seu palmito serve como alimento e fonte de água para primatas como os macacos-prego.
Além disso, a juçara é utilizada como poleiro por diversas espécies de aves.
É classificada como espécie avançada.
| CONSERVAÇÃO |
Suas flores são uma excelente fonte de néctar para abelhas e insetos.
Os frutos oferecem alimento para macacos-prego (Sapajus nigritus), bugios (Alouatta sp. ), antas (Tapirus terrestris), taiaçus (Tayassu pecari), catetos (Pecari tajacu), lobinhos-do-mato (Cerdocyon thous), tayras (Eira barbara), quatis (Nasua nasua), cutias (Dasyprocta leporina), caxinguêles (Sciurus aestuans), gambás (Didelphis albiventri e Didelphis aurita), pequenos roedores, morcegos, tucanuçus (Ramphastos toco), tucanos-de-bico preto (Ramphastos vitellinus), tucanos-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), araçari-poca (Selenidera maculirostris), araçari-banana (Pteroglossus bailonii), araçari-de-bico-branco (Pteroglossus aracari), jacutingas (Aburria jacutinga), jacuguaçus (Penelope obscura), jacupembas (Penelope supercilaris), gralhas-azuis (Cyanocorax caeruleus) e muitas espécies de aves pequenas.
– ANIMAIS QUE SE ALIMENTAM DOS FRUTOS DA JUÇARA –
PACAS | QUATIS | ANTAS | TAIÇUS | VEADOS-CATINGUEIROS
| POLLINIZAÇÃO | Insetos e abelhas.
| DISPERSÃO | Zoocórica.
| DISPERSORES |
Macacos-prego (Sapajus nigritus), bugios (Alouatta sp.), antas (Tapirus terrestris), taiaçus (Tayassu pecari), catetos (Pecari tajacu), lobinhos-do-mato (Cerdocyon thous), tayras (Eira barbara), quatis (Nasua nasua), cutias (Dasyprocta leporina), caxinguêles (Sciurus aestuans), gambás (Didelphis albiventri e Didelphis aurita), pequenos roedores, morcegos, tucanuçus (Ramphastos toco), tucanos-de-bico preto (Ramphastos vitellinus), tucanos-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), araçari-poca (Selenidera maculirostris), araçari-banana (Pteroglossus bailonii), araçari-de-bico-branco (Pteroglossus aracari), jacutingas (Aburria jacutinga), jacuguaçus (Penelope obscura), jacupembas (Penelope supercilaris), gralhas-azuis (Cyanocorax caeruleus) e muitas espécies de aves pequenas.
Taiaçus e catetos devem ser considerados predadores de sementes por mastigarem ou despedaçarem as sementes mastigando ou mordendo.
Cutias também devem ser consideradas predadoras, no entanto costumam enterar sementes para criar estoques, contribuíndo desta maneira para a sua disseminação.
| UTILIDADE I |
A espécie é apícola.