BANANA-DE-MACACO – PHILODENDRON BIPINNATIFIDUM SCHOTT
| DESCRIÇÃO |
A banana-de-macaco é uma liana hemi-epífita ou arbusto semi-escandente, perene, com raízes adventícias, saindo do tronco em direção ao chão, pelas quais se prende aos seus suportes.
O caule é escandente, de consistência sublenhosa, com 5 a 13 cm de diâmetro, totalmente coberto por cicatrizes das folhas, terminando numa espetacular copa foliar, com altura de 3,6 a 4,7 metros de altura, podendo atingir 12 metros caso tenha suporte.
As folhas são muito grandes (cerca de 1 metro), brilhantes, apresentando coloração verde escura, coriáceas, lisas, com muitos recortes lanceolados, nascendo enroladas e protegidas por uma grande estípula caduca.
As inflorescências são em forma de espádice, de coloração branca ou verde, onde as flores femininas estão dispostas no ápice e as masculinas na base da mesma inflorescência, com flores bissexuais entre as duas.
A banana-de-macaco é descrita como uma planta moderadamente tóxica e letal para animais por muitos autores. Foram relatadas intoxicações em gatos que ingeriram folhas dessa espécie. O princípio ativo é o oxalato de cálcio, presente em muitas espécies de Araceae.
| PAISAGISMO |
A banana-de-macaco possui folhas gigantes e profundamente recortadas, o que lhe confere um visual escultural e muito diferenciado. As inflorescências tem pouca importância ornamental. Pode ser plantada em vasos para decorações de interiores ou em jardins, como planta isolada ou em grupos, formando maciços em amplos espaços gramados. Pode ser utilizada também como planta trepadeira subindo em muros e troncos de árvores, conferindo um ar tropical aos ambientes.
A planta apresenta crescimento lento, atingindo 30 cm com 6 a 8 meses de plantio.
| REQUERIMENTOS |
Deve ser cultivada em solo fértil bem drenado e rico em matéria orgânica à meia-sombra ou em pleno sol.
Em regiões de climas mais frios, a planta prefere sol pleno e em regiões mais quentes é indicada a meia-sombra.
Os indivíduos jovens devem ser mantidos na sombra ou em meia sombra.
As regas devem ser regulares, mantendo o solo levemente úmido.
| MANUTENÇÃO |
Quando armazenadas, as sementes da banana-de-macaco podem permanecer viáveis por mais de 12 meses.
As sementes germinam melhor a 20° C.
| FRUTOS E SEMENTES |
Os frutos são bagas cilíndricas, amarelas ou alaranjadas, agregadas lado a lado numa espiga ou eixo central de 15 a 25 cm de comprimento por 5 a 7 cm de diâmetro. Cada baga possui 1,5 cm de comprimento por 0,8 cm de largura, com polpa comestível de sabor adocicado.
As sementes possuem 3,5 a 4 mm de comprimento por 1,7 a 1,8 mm de diâmetro, com formato subcilíndrico.
| COMESTIBILIDADE |
Os frutos são comestíveis, utilizados em compotas, porém necessitam ser cozidos.
| OCORRÊNCIA NATURAL |
Nativa da mata atlântica, a espécie possui ampla distribuição no Brasil, sendo encontrada nas regiões tropicais e subtropicais, desenvolvendo-se principalmente em capoeiras, campos brejosos e restingas do litoral. Está distribuída ao longo da costa brasileira desde Santa Catarina até o Espírito Santo, ocorrendo também em Minas Gerais e Mato Grosso.
Geralmente é encontrada em altitudes abaixo de 800 metros.
Ocorre também na Argentina e no Paraguai.
Tolerante a baixas temperaturas.
A espécie é moderadamente tolerante a ventos.
| RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA |
A espécie não foi avaliada quanto ao seu status de conservação (NE).
| CONSERVAÇÃO |
Os frutos da banana-de-macaco são consumidos por gralhas, sabiás, quelônios, gambás, pelo mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas).
| POLINIZAÇÃO |
A polinização da banana-de-macaco é realizada principalmente por besouros. As inflorescências são visitadas por Coleopterus sp., Cillaeus sp., Cyclocephala cribata, Cyclocephala variolosa e Erioscelis emarginata. Durante a floração ocorre um aumento da temperatura da inflorescência, aumento esse que acarreta na liberação de odores que atraem os insetos. Durante o dia esses odores são moderados e agradáveis, mas por volta das 19 horas começam a ficar intensos e desagradáveis.
| DISPERSÃO |
Zoocórica.
| DISPERSORES |
Os prováveis dispersores da banana-de-macaco são aves, quelônios, o mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) e outros micos e saguis.
| UTILIDADE I |
A espécie possui uso medicinal.
| UTILIDADE II |
A banana-de-macaco possui fibras no caule e na raiz que são utilizadas na fabricação de papel.
| UTILIDADE III |
Possuía entre os indígenas e remanescentes do meio rural brasileiro o uso na pesca em pequenos rios e lagoas: o caldo de suas folhas maceradas é jogado na água, o que provoca o entorpecimento dos peixes.
| NOMES COMUNS|
A espécie possui os seguintes nomes comuns: banana-de-macaco, banana-de-bugre, banana-de-morcego, banana-do-brejo, Imbé, cipó-imbé, guaimbé, uambé-curuá, costela-de-adão, filodendro.