ARAÇÁ-AMARELO – PSIDIUM CATTLEYANUM SABINE
| PAISAGISMO |
O araçá-amarelo é uma bela árvore ou arbusto, perenifólia, com 2 a 8 metros de altura.
O tronco possui um diâmetro de 15 a 25 cm.
Normalmente não passa de 3 metros de altura quando cultivada.
A copa é arredondada, irregular e rala, atingindo o dobro da altura da planta.
Existem algumas variedades naturais, que apresentam frutos vermelhos (Psidium cattleyanum var. purpureum), mais comum na restinga do Rio Grande do Sul.
A mais comum possui frutos amarelos, encontrada em praticamente toda região sul e sudeste, sempre em beira de brejos.
O tronco é tortuoso e acinzentado.
Uma vez por ano a casca se desprende, mostrando a casca interna que é esverdeada e passa a ter coloração alaranjada e por fim acinzentada.
Trata-se de um belo arbusto/árvore de qualidades ornamentais.
Produz linda florada branca.
O araçá-amarelo possui porte pequeno e serve para arborização urbana, inclusive sob redes elétricas.
Também pode ser ultilizada como cerca viva.
As folhas brilhantes e as flores brancas tornam a planta muito decorativa para pequenos jardins, além de seus frutos atraírem muitas espécies de aves.
Pode ser plantada em vasos também.
O araçá-amarelo é um espécie de crescimento lento.
| REQUERIMENTOS |
O araçá-amarelo se desenvolve com todo esplendor numa posição em sol pleno e em solo fértil, úmido, bem drenado, com muita matéria orgânica.
Apesar de preferir sol pleno, tolera também a meia-sombra.
Tolera praticamente todos os solos, inclusive solos arenosos.
É de fácil cultivo, pois se adapta a diversos tipos de luminosidade, clima e solo.
| MANUTENÇÃO |
O araçá-amarelo requer moderada manutenção.
Basta adubar com material orgânico duas vezes por ano.
Recubra o solo na área correspondente á área da copa mais um anel de cerca de 50 cm de largura.
O material orgânico pode ser terra de compostagem, misturas á base dep esterco, húmus de minhoca ou serrapilheira.
Somente a retirada dos frutos caídos dá um pouco de trabalho.
Requer altas quantidades de água.
| FRUTOS E SEMENTES |
Os frutos são bagas globosas de 3 a 4,6 cm de diâmetro com casca amarela.
Cada fruto possui 50 a 110 sementes aplainadas, reniformes (forma de rim), de coloração creme.
As sementes tem 1,5 cm e são ricas em lipídeos.
Começa a frutificar após 1 a 2 anos após plantio.
| COMESTIBILIDADE |
A polpa de cor branca ou arroxeada dos frutos é comestível, com sabor doce levemente ácido.
O araçá pode ser consumido in natura ou em forma de sucos, geléias, doces, sorvetes, sorbets e chás.
| OCORRÊNCIA NATURAL |
Espécie endêmica da Mata Atlântica, ocorre desde o sul da Bahia até o estado do Rio Grande do Sul, aparecendo principalmente nas cabeceiras de várzeas e nascentes de ribeirões e nas serras de altitude onde o solo é bastante úmido.
Tolerar geadas até – 3 °C.
O araçá-amarelo é resistente a períodos de seca.
Tolera breves períodos de inundações.
Tolera ventos fortes.
| RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA |
O araça-amarelo deve ser considerado uma espécie-chave para a alimentação da fauna, inclusive de animais de grande porte.
Seus frutos suculentos são consumidos por um grande número de espécies, oferecendo alimento e água.
A espécie é de grande importância para a restauração, pois começa a produzir frutos já a partir dos primeiros dois anos após o plantio, favorecendo a volta de animais para as áreas de restauração, promovendo desta maneira a regeneração natural da área a ser restaurada.
As flores são melíferas e indicadas principalmente como pasto apícola para as abelhas indígenas.
Deve ser considerada boa produtora de biomassa por possuir florada e frutificação abundante.
Além disso, é uma espécie interessante em termos de sequestro de carbono, já que a sua madeira é muito pesada.
É também uma espécie muito indicada para wildlifehedges (cercas-vivas pro fauna) e corredores.
O araça-amarelo é uma excelente opção para a restauração de brejos ou áreas de solos úmidos.
A planta é muito rústica, tolerando o plantio em solos pobres em nutrientes e a pleno sol, sendo portanto uma excelente espécie pioneira.
Embora tolere bem solos pobres e plantio a pleno sol é classificada como secundária tardia.
A espécie está enquadrada na categoria pouco preocupante quanto ao seu status de conservação (LC).
| CONSERVAÇÃO |
Suas flores são de grande impoirtância para polinizadores.
Os frutos possuem polpa macia e suculenta, servindo de alimento para primatas como bugios-marrons (Alouatta guariba), micos-leões-de-cara-preta (Leontopithecus caissara), micos-leões-de-cara-dourada (Leonthopithecus chrysomelas), saguis-de-tufos-pretos (Calithrix penicilata), onívoros como lobinhos-do-mato (Cerdocyon thous), mãos-peladas (Procyon cancrivorus), ungulados como veados (Mazama sp.), antas (Tapirus terrestres), e aves como tucanos-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus), araçari-pocas (Selenidera macullirostris) e jacus-guaçus (Penelope obscura).
– ANIMAIS QUE SE ALIMENTAM DE ARACÁS –
MICOS-LEÕES-DE-CARA-DOURADA | SAGUI-DE-CARA-BRANCA | MÃOS-PELADAS | VEADOS | SELENIDERA MACULIROSTRIS
| POLINIZAÇÃO |
A polinização do araçá-amarelo é realizada por abelhas.
| DISPERSÃO |
Zoocórica.
| DISPERSORES |
Bugios-marrons (Alouatta guariba), lobinhos-do-mato (Cerdocyon thous), mãos-peladas (Procyon cancrivorus), ungulados como antas (Tapirus terrestres , veados (Mazama sp.), antas (Tapirus terrestres), e aves como tucanos-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus), araçari-pocas (Selenidera macullirostris) e jacus-guaçus (Penelope obscura).
| UTILIDADE I |
Trata-se de uma espécie medicinal.
| UTILIDADE II |
O araçá apresenta grande potencial econômico em razão da sua composição físico-química e propriedades bioativas relacionadas, na sua maioria, aos compostos fenólicos e ácidos ascórbico, que apresentam uma alta capacidade antioxidante.
| MADEIRA |
A madeira da árvore é muito pesada (densidade de 1,12 g/cm³), compacta, elástica, durável e resistente e de longa durabilidade.
A madeira do araçá é usada para trabalhos de tornos, cabos de ferramentas, carvão e lenha.
| NOMES COMUNS|
O araçá-amarelo possui os seguintes nomes comuns: araçá-amarelo, araçá-de-coroa, araçá-do-brejo, araçá, araçá-doce, araçá-do-campo, araçá-da-praia, goiabinha e goiaba-do-ipiranga.