CÁSSIA-ROSA – CASSIA GRANDIS L.f.
| DESCRIÇÃO |
A cássia-rosa é uma linda árvore decídua com 10 a 20 m de altura e 40 cm de DAP.
Os indivíduos maiores atingem dimensões próximas de 30 m de altura e 100 cm de DAP, na idade adulta.
A cássia-rosa é muito ornamental pela sua florada exuberante, de coloração róseo-amarelada.
A florada acaba cobrindo totalmente a copa, que durante a floração permanece sem folhas, dando à árvore um belíssimo aspecto.
A copa é ampla, com cerca de 8 metros de diâmetro e uma distribuição irregular dos ramos.
O tronco pode ser único ou múltiplo, cilíndrico e tortuoso.
A casca é marrom, fissurada e com textura áspera, apresentando pouca descamação.
| PAISAGISMO |
A cássia-rosa vem sendo muito utilizada no paisagismo no Brasil e no exterior, principalmente para a arborização urbana de grandes avenidas e parques espaçosos.
Devido ao grande porte não é recomendável plantá-la sob fiação elétrica ou pequenos jardins residenciais.
Também deve ser mantida uma distância segura de construções, tubulações subterrâneas e pavimentações, pelo dano que as raízes podem provocar.
Além disso, deve-se levar em conta o tamanho de suas vagens lenhosas, que chegam a pesar quase 1kg.
É uma planta de crescimento rápido.
| REQUERIMENTOS |
A cássia-rosa se desenvolve bem na meia-sombra ou a pleno sol.
Tolera todos os solos, mas se desenvolve melhor a pleno sol em em solos férteis.
| MANUTENÇÃO |
A espécie perde folhas durante o inverno, o que pode levar ao acúmulo de folhas secas sob a copa da árvore.
| FRUTOS E SEMENTES |
O fruto da cássia-rosa é uma vagem grande, pêndula e lenhosa, marrom, indeiscente e cilíndrica, de 11 a 60 cm de comprimento e 36 a 50 mm de diâmetro, contendo de 9 a 50 sementes.
No interior dos frutos ocorre uma massa preta, pegajosa e adocicada, que atrai os mamíferos.
As sementes são duras, brilhantes, ovais, de coloração castanha, medindo até 1 cm de comprimento.
O primeiro florescimento poderá ser notado cerca de 10 anos após o plantio.
Seus frutos levam de 10 a 12 meses para amadurecer a partir da floração, portanto a árvore adulta quase sempre apresenta frutos imaturos na copa.
| COMESTIBILIDADE |
A polpa que envolve as sementes nas vagens é comestível.
É adocicada, porém com odor desagradável e com propriedades purgativas se ingerida em quantidade.
Na América Central, especialmente na Costa Rica, extrai-se dessa polpa um produto substituto ao chocolate.
| OCORRÊNCIA NATURAL |
A cássia-rosa é uma espécie nativa dos climas tropicais e subtropicais do Brasil.
Pode ser encontrada desde a floresta amazônica até o pantanal mato-grossense, na floresta pluvial de terra firme.
É comum em locais úmidos e em pastagens.
É muito comum nas barrancas dos rios no pantanal mato-grossense em área inundável.
Na região nordeste, essa espécie tem sua dispersão relacionada a cursos d’água e a baixadas úmidas, suportando ambientes que se tornam gradativamente mais secos, sendo comum nos lagos e depressões da caatinga litorânea.
A espécie não tolera baixas temperaturas ou geadas.
Possui moderada tolerância á ventos fortes.
Ocorre naturalmente em altitudes desde o nível do mar até 900m de altitude.
Resistente a curtos períodos de seca.
| RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA |
A cássia-rosa deve ser considerada uma espécie-chave para projetos de restauração ecológica, pois oferece alimento para a fauna e polinizadores.
Além disso deve ser considerada uma ótima produtora de biomassa, por ser uma espécie decídua e por produzir uma florada abundante.
A cássia-rosa é uma ótima opção para a recuperação de matas ciliares.
É classificada como espécie pioneira a secundária inicial.
A espécie não foi avaliada quanto à sua categoria de ameaça (NE).
| CONSERVAÇÃO |
A cássia-rosa é uma espécie apícola, polinizada por abelhas.
Os frutos possuem uma polpa adocicada que atrai a fauna silvestre e também o gado em pastagens.
Os seus frutos servem de alimento para a fauna silvestre, incluíndo cutias (Dasyprocta punctata), pacas (Cuniculus paca), caxinguêles (Sciurus sp.), primatas, veados (Mazama sp.), antas (Tapirus bairdii) e aves como aras-vermelhas (Ara chloroptera).
Suas flores oferecem alimento para abelhas.
| POLINIZAÇÃO |
A polinização da cássia-rosa é realizada por abelhas, inclusive por abelhas jupará (Melipona compressipes manaosensis).
| DISPERSÃO |
A dispersão de sementes da cássia-rosa é autocórica (por gravidade: barocoria), zoocórica (mamíferos terrestres) e hidrocórica, devido a sua ocorrência frequente junto aos cursos de água.
Os dispersores da cássia-rosa são cutias (Dasyprocta punctata), pacas (Cuniculus paca), caxinguêles (Sciurus sp.), veados (Mazama sp.), antas (Tapirus bairdii), primatas e aves como aras-vermelhas (Ara chloroptera).
| UTILIDADE I |
Trata-se de uma planta medicinal.
| UTILIDADE II |
Os frutos da cassia-rosa são utilizados no artesanato popular.
| MADEIRA |
A madeira da cássia-rosa é moderadamente densa (0,65 a 0,77 g/cm3), muito resistente, medianamente dura, textura fibrosa, de média durabilidade sob condições adversas.
Pode ser usada na construção civil, principalmente em acabamentos internos, carpintaria, serraria, desdobro, forro, móveis rústicos, tabuado, vigas, postes, pequenas pontes, embarcações e cabo para ferramenta pesada.
| NOMES COMUNS|
A espécie possui os seguintes nomes comuns: cássia-grande, cássia-rosa, marimari, acácia, canafístula, fedegoso, marizeiro, mata-pasto, jeneúna, marimari-grande, marimari-preto, marimari-sarro, marimarirana.