MICO-LEÃO-DE-CARA-DOURADA
LEONTOPITHECUS CHRYSOMELAS


Peso480 - 700 g
Tamanhoaltura 24 - 26 cm
cauda 32 - 39 cm
Habitatocorrem em florestas ombrófilas e florestas estacionais semideciduais no sul da Bahia e no nordeste de Minas Gerais
Longevidade20 anos
Número de filhotes1 - 2 filhotes por ano, eventualmente 3
Alimentofrutos, folhas, flores, néctar, seiva, insetos, aranhas e sapos
Curiosidadepossuem mãos e dedos estreitos, os quais lhes permitem alcançar o alimento em brechas e espaços estreitos, como entre as folhas das bromélias

Micos-leões-de-cara-dourada são primatas que ocorrem na Mata Atlântica no sul da Bahia e no nordeste de Minas Gerais. Podem ser encontrados primariamente em florestas ombrófilas ou florestas estacionais semideciduais, utilizando os estratos mais altos da floresta, onde existe uma grande diversidade de bromélias, seu lugar preferido para buscar por alimento. Normalmente podem ser encontrados no estrato arbóreo médio e alto, em uma altura de 12 a 19 metros. Ocorrem também na restinga, florestas secundárias e cabrucas contendo árvores altas.

Os micos-leões-de-cara-dourada são fáceis de serem identificados, devido à coloração característica de seu pelo. O corpo todo é de cor preta, com exceção da face, das mãos, dos pés e da ponta da cauda, os quais são de cor dourada. A cor da face pode variar de bege a preto. Diferente de muitas outras espécies de macacos, sua cauda não é preênsil.

Os micos-leões-de-cara-dourada são animais de hábitos diurnos, que se movimentam pelos estratos altos da floresta na procura por alimento. Costumam parar a busca por alimentos somente uma vez por dia para repousar e descansar. Vivem em grupos de 2 a 8 ( e eventualmente até 15) indivíduos. O tamanho do seu território varia de 40 a 200 hectares, dependendo da disponibilidade de alimento.

No final da tarde se recolhem para pernoitar em ocos de árvores, lianas, bromélias ou lugares de galhagem densa. A existência de árvores altas e velhas com grandes ocos é de grande importância para a sobrevivência desses animais, já que eles preferem pernoitar todos juntos em grandes ocos. Estes ocos também oferecem abrigo durante tempestades, chuva, geadas ou vendavais, sendo indispensáveis para assegurar a saúde dos animais. Pois animais também adoecem quando ficam molhados ou passando frio por longos períodos de tempo, diferente do que muitas pessoas acreditam, achando que “bicho é feito para ficar lá fora”.

Curioso é o fato dos filhotes serem cuidados pelo pai ou irmãos mais velhos. Desta maneira a mãe acaba tendo tempo para se alimentar suficientemente a ponto de poder produzir o leite necessário para amamentar os filhotes.

Os micos-leões-de-cara-dourada são animais insetívoros e frugívoros. A sua fonte alimentar preferida são as broméllias, as quais eles vasculham na busca por frutos, folhas e invertebrados. Mais de 80% do tempo de forrageio é gasto em bromélias. Além dos frutos e da base das folhas de bromélias, eles também se alimentam dos frutos de mirtáceas, figueiras, ingás, micônias, pouroumas, maçarandubas e maracujás. As plantas das famíllias Melastomaceae, Urticacaeae, Bromeliaceae e Moraceae são as principais fornecedoras de frutos utilizadas pelos micos-leão-de-cara-dourada. Além disso flores, néctar e seiva de árvores também fazem parte do seu cardápio, assim como insetos, aranhas, caracóis e sapos. É principalmente na época de escassez de frutos que micos recorrem ao néctar e seiva.



OS FRUTOS PREFERIDOS DE MICOS-LEÕES-DE-CARA-DOURADA:  FRUTO-DE-BROMÉLIA | INGÁ-CIPÓ | SAPUCAINHA | JABUTICABA | FOLHAS-DE-BROMÉLIAS

 


Os micos-leões-de-cara-dourada exercem funções ecológicas indispensáveis, sendo dispersores de sementes e contribuindo para o controle das populações de invertebrados herbívoros.

O mico-leão-de-cara-dourada é avaliado como em perigo de extinção (EN) pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). A destruição, a degradação e fragmentação das florestas devem ser consideradas as principais causas de ameaça para a espécie.

A conservação de florestas e o plantio de plantas-chave fornecedoras de alimento, água e abrigo nas florestas remanescentes devem ser consideradas as medidas mais importantes para garantir a futura sobrevivência da espécie. O enriquecimento do estrato médio e alto com bromélias é provavelmente a medida mais promissora.

 

 

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FOTOS DOS FRUTOS
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