MURIQUI-DO-SUL BRACHYTELES ARACHNOIDES

Pesofêmeas 8-11 kg
machos 9 - 15 kg
Tamanhofêmeas 46 - 63 cm + 65-74 cm (cauda)
machos 55-78 cm + 74-80 cm (cauda)
Habitatáreas montanas e submontanas da Mata Atlântica em altitudes entre 400 e 1800 metros nos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro
Longevidadeaté 32 anos
Número de filhotes1 - 2 filhotes por ano
Alimentosua dieta depende da disponibilidade de alimento
são primariamente frugívoros em localidades onde existe uma grande oferta de frutos, sendo primariamente folívoros em localidades com poucos frutos, mas podem recorrer também á outros recursos como flores, cipós e cascas
Curiosidadesão os "jardineiros das florestas", sendo importantes dispersores de sementes e frutos grandes, contribuíndo para a autoregeneração das florestas

se destacam por serem animais muito pacíficos, sem estruturas hierárquicas em seus grupos

são famosos por seus abraços coletivos

 

Os muriquis-do-sul são os maiores primatas neotropicais das Américas, chegando a medir 1,6 metros de comprimento. Se destacam pela paz e gentileza que emitem.

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo em áreas montanas e submontanas da Mata Atlântica em altitudes entre 400 e 2000 metros nos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. São animais de hábitos diurnos, que habitam primariamente as copas de árvores dos extratos mais altos. Necessitam de territórios grandes de 70 a 170 hectares para poderem sobreviver.

Os muriquis-do-sul possuem longos e finos braços e uma cauda preênsil, os quais são utilizados para a locomoção característica de muitos primatas: a braquiação. Seu nome deriva desta maneira de locomoção. Muriqui vem do tupi “muri’ki” e significa “gente que bamboleia, que vai e vem”.

Se destacam pela face, mãos e pés negros, os quais se destacam do pelo bege espesso e a barriguinha gorda. Não apresentam dimorfismo sexual, as fêmeas sendo somente um pouco menores e menos pesadas.

Vivem em grupos de 4 a 43 animais. São animais dóceis e pacíficos, que não apresentam comportamento territorial nem estruturas hierárquicas dentro dos grupos. Conflitos são resolvidos através de carícias e abraços. O mais curioso dos muriquis-do-sul são os abraços coletivos, quando todos os animais se juntam para todos se abraçarem ao mesmo tempo, formando uma “bola” de muriquis.

Se alimentam de folhas, frutos e outros itens vegetais como flores, cipós e cascas, dependendo da disponibilidade dos itens. São capazes de  se alimentar nas mais diversas posições, muitas vezes se alimentando estando de cabeça para baixo. Seus frutos preferidos são guabirobas, araticuns, figos, canelas, ingás, laranjas-de-macaco, bicuíbas, micônias, jaracatiás, bacuparis, uvaias e cerejas-do-Rio-Grande.

 


OS FRUTOS PREFERIDOS DOS MURIQUIS-DO-SUL:  GUABIROBA-LARANJA | BACUPARI-MIRIM | INGÁ-METRO | UVAIA | CEREJA-DO-RIO-GRANDE


 

Os muriquis-do-sul são animais de hábitos diurnos, que se locomovem pelas copas das ávores na busca por alimento. São animais muito ágeis, que conseguem dar pulos de até 10 metros de uma  árvore para outra.

Costumam ter fases de descanso durante o dia, nas quais passam algum tempo dormindo ou descansando na copa das árvores

As fêmeas costumam ter um a dois filhotes, dos quais ela cuida sozinha por cerca de dois anos. As fêmeas costumam deixar o grupo com 5 a 7 anos de idade.

Muriquis-do-sul possuem funções ecológicas muito importantes para os ecosistemas nos quais vivem. Eles são importantes dispersores de sementes e frutos, contribuíndo desta maneira para a auto-regeneração destes ecosistemas. Entre os dispersores eles se destacam por serem capazes de levar as sementes para muito longe da planta-mãe, fazendo parte do time dos “superdispersores” junto com antas, jacutingas, muriquis-do-norte e peixes.

Além disso, os muriquis-do-sul são uma espécie animal muito importante para a auto-regeneração das florestas, pois possuem bocas grandes e portanto conseguem engolir sementes e frutos grandes por inteiro. Sem a dispersão de frutos grandes, as florestas tropicais iriam perder os estratos altos, já que existe uma correlação entre o tamanho do fruto e a altura das árvores. A perda dos estratos altos, que fornecem a sombra para as espécies vegetais sensíveis ao sol, iria certamente induzir a perda de uma enorme biodiversidade animal e vegetal, criando florestas que diferem enormemente daquelas que conhecemos hoje em dia. É por esta razão que a presença de animais de grande porte como os muriquis é indispensável para a sobrevivência das florestas tropicais.

Seu status de conservação é avaliado como “criticamente em perigo” (CR) pela IUCN (União Internacional para a conservação da natureza. Causas são a perda e degradação de habitat, a caça desenfreada e tráfico illegal como animais de estimação. O número de animais existentes é estimado em 1000 a 1500 animais sobreviventes.

 

 


 

 

|  IMAGENS  |

IMAGEM PRINCIPAL
shutterstock_2147511525 – Rob Jansen

 IMAGEN I – III
Katrin Bokelmann | shutterstock_2147511523 – Rob Jansen | Katrin Bokelmann

IMAGEM IV – XVI
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FOTOS DOS FRUTOS
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