6 ÁRVORES-POLEIRO PARA PROJETOS DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA

Árvores podem servir como poleiro para aves, facilitando a dispersão de frutos e sementes, e consequentemente acelerando processos de reprodução e de auto-regeneração dos ecosistemas. Por esta razão é recomendável implementar nas áreas de restauração espécies-poleiro preferidas pelas aves. Neste contexto se destacam aquelas espécies que possuem pouca folhagem e galhos pouco ramificados e sem folhagem.

Além de facilitar a dispersão  de sementes, essas árvores também servem como poleiro para aves de rapina, predadoras de pequenos roedores. A presença de grandes quantidades de roedores compromete a capacidade de auto-regeneração dos ecosistemas. Por esta razão é muito importante manter as populações de pequenos roedores sob controle. Implementar árvores-poleiro representa uma maneira muito eficiente e sustentável para reduzir o número de roedores, por facilitarem a caça das aves de rapina. E estas aves de rapina também irão reduzir o número de insetos grandes, contribuíndo para um desenvolvimento saudável das plantas.

Queremos apresentar aqui algumas árvores-poleiro, as quais são de fácil cultivo. Todas as espécies apresentadas se caracterizam por serem espécies multifuncionais, as quais possuem outras funções ecológicas além de servirem de poleiro. Algumas oferecem alimento para polinizadores, outras são excelentes fornecedoras de biomassa e algumas ajudam a fixar nitrogênio no solo.

IPÊ-AMARELO-DA-SERRA – HANDROANTHUS ALBUS

O ipê-amarelo é uma árvore decídua de grande porte. Pode alcançar de 20 a 30 metros de altura. É uma ótima opção para projetos de restauração, pois é utilizada como poleiro por uma grande quantidade de aves. É utilizado como poleiro principalmente na época quando a árvore perde a sua folhagem, facilitando o pouso da aves.

Todos os ipês devem ser considerados árvores-poleiro indispensáveis para projetos de restauração ecológica, se quisermos acelerar processos de regeneração natural.

O ipê-amarelo se desenvolve melhor a pleno sol. Se desenvolve com todo esplendor em solos férteis, úmidos e bem drenados. É classificada como pioneira a secundária inicial.

EMBAÚBA-BRANCA –
CECROPIA PACHYSTACHYA

A embaúba-branca é uma árvore perenifolia de 4 a 8 de altura. São árvores de tronco esguio e poucos galhos, cujas folhas crescem primariamente nas extremidades dos galhos, facilitando o pouso das aves o ano todo. Por isto a embaúba-branca deve ser considerada uma espécie indispensável para a restauração.

Todos as embaúbas devem ser consideradas árvores-poleiro indispensáveis para projetos de restauração ecológica, se quisermos acelerar processos de regeneração natural.

A embaúba-branca tolera todos os tipos de solo férteis e um plantio na meia-sombra ou a pleno sol. No entanto se desenvolve melhor em solo fértil e úmido a pleno sol.

PAINEIRA – CEIBA SPECIOSA

A paineira rosa é uma árvore muito ornamental, a qual é muito apreciada pela avifauna. A paineira não deve faltar em projetos de restauração ecológica, pois além de oferecer alimento, é também utilizada como poleiro, principalmente na época em que fica sem folhas.

Necessita de sol pleno e solos de grande fertilidade. Se desenvolve melhor em solos férteis bem drenados. Trata-se de uma planta de crescimento rápido. É classificada como pioneira ou secundária inicial.

IMBIRUÇU – PSEUDOBOMBAX LONGIFLORUM

O imbiruçu é uma árvore de médio porte com copa e galhos esparsos, decídua, com 8 a 18 m de altura. É muito utilizado como poleiro, principalmente no inverno, quando perde suas folhas, facilitando o pouso das aves. Portanto deve ser considerado uma espécie-chave para a restauração ecológica.

Todos as espécies de imburuçus devem ser considerados espécies-poleiro-chave.

Ocorre naturalmente em solos úmidos, em terrenos de fertilidade média ou alta. Pode ser cultivado em sol pleno ou na meia sombra.

MULUNGU-DO-LITORAL – ERYTHRINA SPECIOSA

O mulungu-do-litoral é uma árvore ou espécie arbustiva, decídua, com 2 a 5 metros de altura. Costuma ser visitada por uma grande variedade de espécies de aves, principalmente no inverno, quando o mulungu perde a sua folhagem, facilitando o pouso das aves.

Todos os mulungus devem ser considerados árvores-poleiro indispensáveis para projetos de restauração ecológica se quisermos acelerar processos de regeneração natural.

Deve ser cultivada a pleno sol, em solos férteis e úmidos, preferencialmente ricos em matéria orgânica. É classificada como pioneira ou secundária tardia. É uma árvore de crescimento rápido.

GUAPURUVU – SCHIZOLOBIUM PARAHYBA

O guapuruvu é uma árvore decídua de grande porte, podendo atingir facilmente uma altura de 30m. Deve ser considerada uma espécie-poleiro-chave, por ser procurada por uma grande quantidade de aves. Além disso o guapuruvu possui crescimento extremamente rápido, servindo de poleiro rapidamente após o plantio. Portanto deve ser considerado uma espécie-chave para a restauração ecológica.

É uma árvore muito resilente, que tolera diversos tipos de solo, mas que se desenvolve melhor em solos férteis  e úmidos. Prefere uma posição a pleno sol. É classificada como pioneira.